A longevidade da força de trabalho é um tema cada vez mais relevante nos ambientes corporativos. As empresas têm reconhecido, cada dia mais, a importância e os benefícios de contar com uma equipe diversificada e de manter boas relações entre os trabalhadores antigos e os novos. Essas boas relações internas trazem vantagens significativas para a organização e para as pessoas, com o maior engajamento da equipe e retenção de conhecimentos e talentos.
Para colocar o tema em pauta e debater com as empresas a gestão de longevidade o SINDIMETAL/PR promoveu, na última quinta-feira (22/08/24), o evento “A longevidade dos trabalhadores e as boas práticas das organizações: a inovação está na qualidade das relações”.
O objetivo foi trazer mais conhecimento sobre como impulsionar a longevidade dos colaboradores, criando ambientes de trabalho mais colaborativos e produtivos. O encontro a atraiu muitos representantes das empresas associadas e filiadas à entidade.
A recepção dos participantes e dos convidados feita pela gestora executiva do SINDIMETAL/PR, Tania Mara Rinaldi, pela gerente jurídica da Entidade, Luciana Rocha Lopes, e pela advogada Eliziane de Medeiros, que organiza e conduz as atividades dos grupos de estudos do SINDIMETAL/PR, o GRH (recursos humanos) e o GEST (segurança no trabalho).
A primeira palestra do dia foi realizada por Isabela Drago e Maria Carolina Leal, ambas consultoras na Gerência de Responsabilidade Social do SESI/PR. Na apresentação, as especialistas informam que a população do Brasil está envelhecendo e que a previsão é que em 2040 seja o sexto país mais idoso do mundo. Isso ocorre, segundo Isabela, porque a expectativa de vida está aumentando e há menos pessoas nascendo.
“Especialistas afirmam que, se o ritmo de vida mais longo e menor taxa de natalidade continuarem, até 2040 52% da população terá mais de 40 anos. O Brasil será o sexto país mais idoso do mundo. Isso trará mudanças significativas não apenas na força de trabalho das indústrias, que já é o grande “calcanhar de Aquiles”, mas também no mercado. Então vem a pergunta: “será que meu produto ainda será relevante para uma população mais envelhecida?”, questiona Isabela
A consultora afirma, ainda, que esse aumento de pessoas idosas em relação aos jovens causa um conflito entre gerações, pois, cada um possui uma necessidade diferente no ambiente de trabalho.
Carolina relata que, para solucionar essa questão da diferença de idade dos empregados, é necessária uma boa liderança, que consiga gerenciar essas diversidades, junto com uma mentoria entre as gerações, para que cada um, com suas diferentes idades e vivências, consiga compartilhar suas experiências e qualidades com os outros.
Cases de Sucesso
Após a palestra das consultoras do SESI/PR foram apresentados cases de sucesso de empresas que adotaram práticas voltadas para um ambiente de trabalho mais colaborativo e com engajamento geracional.
A primeira empresa a contar a sua experiência foi a TECLUB Maxon Oil .
Walber Tuler, Gerente de Produção da TECLUB, e Luisi Zeglin, coordenadora de RH da mesma empresa, apresentaram as iniciativas adotadas na empresa. Walber relatou sobre o programa “Futuro Longevo”, cujo objetivo é a valorização da diversidade etária, promoção de relações de trabalho saudáveis, cumprimento de requisitos legais e inovação e melhoria contínua.
Luisi Zeglin, complementando Walber, ressaltou a importância de um planejamento, nas empresas, para a implantação de um programa que aborde a longevidade, afirmando que não é qualquer caminho que funciona. “Como comentado por um dos participantes do programa Futuro Longevo, “um futuro bem preparado começa com as boas escolhas que fazemos hoje”, declarou, Luisi.
O segundo case apresentado foi da empresa Robert Bosch. Isabela Lanaro, médica e gestora de saúde na Bosh, apresentou o projeto “Viva Bem, Viva Mais”, cujo propósito é dar condições aos colaboradores para se manterem produtivo e preparados para o futuro.
O foco de sua apresentação foi a questão da saúde do trabalhador. A profissional informou que, nas empresas, quanto mais os trabalhadores vão envelhecendo, mais necessitam de cuidados médicos e o custo envolvido é bem elevado. Por isso, é muito melhor investir na prevenção do que na intervenção.
A doutora ainda ressaltou a importância de estudar mais sobre a “envelhescência”. “Acredito que, ao entender melhor como inter-relacionar gerações e negócios, além de estar ciente das mudanças no perfil demográfico e na legislação nos últimos anos, podemos iniciar programas voltados para a longevidade dos trabalhadores. Mesmo que ainda não estejamos totalmente preparados para o futuro, essa é uma medida fundamental.”, ressalta Isabela.
Opinião dos participantes
Os participantes que compareceram ao evento teceram muitos elogios sobre as palestras.
Gerson Gonçalves, coordenador de RH na FGVTN Brasil, parabenizou o SINDIMETAL/PR por trazer um tema muito atual para as empresas. “Mais uma vez o SINDIMETAL trazendo temas atuais não só no âmbito da área metalmecânica, mas também em outros setores econômicos.
Muitos de nós nos mantemos por muito tempo nas empresas e não nos damos conta que, a cada ano de trabalho, somamos também mais um ano de vida! É de extrema importância que as empresas voltem seus olhares a esses colaboradores, que possuem muito a ensinar e estão abertos a aprender com a nova geração que chega com as suas tecnologias, trazendo muita praticidade e agilidade nos processos. Aliar bom acolhimento aos mais jovens e oferecer segurança aos mais experientes pode ser a maneira mais eficiente de promover um ambiente saudável e produtivo”.
A coordenadora do Cedivida, Idalina Cunha, considerou a temática do evento excelente. “Acredito que esse tema vai ganhar cada vez mais importância. É algo que dentro do Cedivida temos abordado com seriedade e preocupação há algum tempo. O Cedivida percebeu que há uma necessidade significativa de focar na empregabilidade de pessoas que ainda estão no processo de produção e precisam continuar trabalhando para se sustentar. Enfrentamos a dificuldade do mercado de trabalho em absorver esses profissionais. Com as mudanças na pirâmide etária é claro que esse assunto será cada vez mais relevante e evidenciado. Fico satisfeita em ver isso acontecer, pois, as organizações precisarão encontrar formas de reter e manter esses profissionais, que possuem um grande conhecimento e informações valiosas que não podem ser perdidas.”
Já mentora do ESG do SESI/PR, Deanna Portes, também elogiou bastante o evento promovido pelo SINDIMETAL/PR. “Achei incrível a palestra, pois, pensar e refletir sobre o hoje é reconhecer que as empresas têm um papel na sustentabilidade do planeta. É importante considerar que, para um negócio ser sustentável, também é necessário pensar nas pessoas. Acredito que a longevidade nos mostrará a importância de cuidar dos colaboradores e de garantir que eles tenham cada vez mais confiança no ambiente em que trabalham.”
Acompanhe a agenda de eventos no site do SINDIMETAL/PR e venha fazer parte do quadro associativo da entidade.