Objetivando a comunicação unificada das informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS, e com o argumento de que a transmissão eletrônica desses dados simplificará a prestação das informações referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, de forma a reduzir a burocracia para as empresas, o Governo Federal instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
Ainda, segundo o Governo Federal, a implantação do eSocial viabilizará garantia aos diretos previdenciários e trabalhistas, racionalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, eliminará a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas, e aprimorará a qualidade das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias.
Entretanto, já se sabe que implantar e cumprir de forma correta esta determinação legal não é tão simples assim. O novo sistema exigirá uma grande mudança cultural das organizações, desde a direção até o “chão de fábrica”, passando de forma mais complexa pelo setor de recursos humanos. Para tanto, é fundamental que a empresa esteja preparada e bem estruturada para lidar com o novo sistema.
Mas, afinal, o que muda para o setor de RH e qual o impacto da nova ferramenta para a empresa?
A reunião do Grupo de RH do mês de julho tratou exatamente deste assunto: “ eSocial: Gestão da Mudança”. O evento aconteceu na manhã do dia 17-07-2017, na sede do sindicato. Para abordar o tema, o SINDIMETAL /PR convidou o atual diretor do Espaço de Desenvolvimento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR), Yonder Kou.
Durante a sua apresentação, Yonder comentou sobre o histórico e surgimento do eSocial, bem como os impactos do novo sistema nos processos das empresas, na gestão de pessoas, nos sistemas tecnológicos, na fiscalização, bem como alertou para o risco de aumento das multas pelo não cumprimento da legislação, e celeridade na sua aplicação, já que tudo será informado on-line.
Segundo Yonder, a grande preocupação quanto à implantação do eSocial é como engajar a empresa no sistema, uma vez que todos os setores serão impactados pela nova ferramenta.
“O maior desafio para o RH é levar esse projeto para empresa, inclusive para alta direção, conscientizando a todos sobre a importância da mudança de cultura na execução dos processos. E para isso, é preciso adequar os sistemas. Além disso, qualificar o profissional de RH torna-se, a partir de agora, essencial”, disse Yonder.
Para minimizar problemas com a ferramenta, o diretor da ABRH sugere algumas medidas preventivas, tais como:
Legislação: O e-Social não vai promover alterações nas leis trabalhistas e previdenciárias; só vai exigir a correta aplicação das mesmas. Assim, será importante as organizações avaliarem se estão cumprindo a legislação vigente.
Processos: As organizações devem identificar quais são os processos considerados críticos e redefini-los, de forma a atender as exigências do eSocial.
Sistemas: É necessário avaliar a aderência das aplicações utilizadas, automatizar o que for manual, e integrar com sistemas de diferentes fornecedores.
Infraestrutura: Pode ser necessário adquirir novas ferramentas de trabalho ou atualizar as aplicações já existentes.
Pessoas: As organizações precisam capacitar profissionais e conscientizá-los da importância desta nova forma de trabalhar.
Participaram da reunião do Grupo de RH, 36 profissionais das empresas associadas ao sindicato.