O objetivo do Exército com o Sisfron é proteger os 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com sensores e radares, para garantir flagrantes e poder atuar prontamente
Presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo (à esquerda), e o coordenador do Comdefesa, Alcino Tigrinho (à direita), recebem representantes das forças armadas para discutir parcerias entre setor produtivo paranaense e exército. (Foto: Gilson Abreu)
Durante palestra nesta terça-feira (16) na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, anunciou o interesse das forças armadas em cadastrar fornecedores para a nova frente de atuação do Exército no Paraná. O Estado será beneficiado com a implantação do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que deverá reforçar a segurança nas fronteiras do Estado com outros países e evitar a entrada de armas e drogas. O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, ofereceu parceria por meio do programa Cuide-se Mais Prevenção ao Álcool e outras Drogas.
O objetivo do Exército com o Sisfron é proteger os 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com sensores e radares, para garantir flagrantes e poder atuar prontamente. A primeira fase do Sisfron foi implantada em 2013, nas fronteiras de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com Bolívia e Paraguai. “De acordo com a Polícia Federal, cerca de 80% da criminalidade urbana no Brasil é ligada ao tráfico. Há dois milhões de dependentes de crack no país. É preciso inibir a entrada destes entorpecentes, para garantirmos a segurança”, avaliou o comandante Villas Bôas.
O Exército espera obter o apoio das lideranças empresariais, dos parlamentares e do governo paranaense para acelerar a liberação dos recursos e garantir a implementação do sistema. O orçamento do Sisfron prevê R$ 5,9 bilhões de investimentos em infraestrutura tecnológica, R$ 3 bilhões em infraestrutura de obras civis e R$ 3 bilhões para infraestrutura de apoio à atuação operacional em toda a fronteira terrestre nas regiões Norte, Centro Oeste e Sul do Brasil. No Paraná, 19 cidades fazem divisa com Paraguai e Argentina, em uma extensão de 1,4 mil quilômetros.
Comdefesa – Para se preparar para as possíveis demandas do Exército, a Fiep criou em 2014 o Comitê da Indústria da Defesa e Segurança do Paraná (Comdefesa), coordenado pelo empresário Alcino Tigrinho – presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal-PR). O grupo reúne empresas e instituições paranaenses que fornecem ou têm interesse em fornecer para as forças armadas. “A atuação do comitê é transversal e o objetivo da Fiep é agregar indústrias e instituições, de vários setores, para a criação de um ambiente favorável para o segmento da defesa – um importante desencadeador de inovação e produção, que pode gerar um novo círculo virtuoso para o setor produtivo do Estado”, avaliou Campagnolo. “Queremos interagir ainda mais, disponibilizando a prestação de serviços do Instituto Senai de Inovação e do programa Cuide-se + – Prevenção ao Álcool e outras Drogas, do Sesi. Acredito que podemos fazer uma parceria por meio deste projeto do Sesi, com a participação do exército também neste trabalho de prevenção”, propôs o presidente.
Também participaram da palestra desta terça-feira lideranças empresariais e políticas, como o vice-governador Flávio Arns; o secretário de Planejamento e Administração de Curitiba, Fábio Scatolin; e parlamentares – federais, estaduais e municipais.
(por Denise Morini- CNI)