Neste cenário de crise econômica, associado às transformações que ocorrem no mundo corporativo, a busca pelo engajamento dos colaboradores é um dos grandes desafios das empresas no que tange à gestão de pessoas e à obtenção de resultados nos negócios. Mas, como manter uma equipe unida, realizada profissionalmente e motivada diante de uma rotina, muitas vezes exaustiva, e em meio a um cenário conturbado e de grandes transformações?
Desenvolver este conceito nas organizações foi o tema discutido durante a reunião do Grupo de RH do SINDIMETAL/PR, realizada na última quinta-feira (17-11), na sede do sindicato.
Para ministrar palestra sobre o assunto, o SINDIMETAL/PR convidou a executiva comercial da empresa AON, Fabia Carvalho, que comentou sobre conceitos de engajamento e os motivos para desenvolvê-lo nas organizações.
Segundo Fabia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta um conceito de saúde amplo, que engloba bem estar físico, mental e emocional.
“Transpondo este conceito para uma organização, teríamos como o bem estar físico a lucratividade; o bem estar mental seria a capacidade da empresa de dar e receber feedback interna e externamente; e o bem estar emocional seria o relacionamento, a cultura, o que a empresa tem como sua missão. Estes três fatores formam o bem estar geral de uma organização”, declara.
Fabia salientou a importância de se considerar, no quesito bem estar emocional da empresa, o engajamento de seus colaboradores. Para ela, engajamento vai além do comprometimento, engajamento é o vínculo, a conexão entre colaborador e empresa e o quanto os valores internos do colaborador correspondem aos da empresa, refletindo na contribuição efetiva deste empregado para o crescimento da organização.
Para ilustrar esta ideia, a palestrante citou um estudo da AON que comprovou que um acréscimo de 5% no nível de engajamento dos colaboradores se reflete em até 3% a mais de receita para a empresa no ano seguinte. Estes dados comprovam o quanto o engajamento é fator decisivo para o sucesso de uma organização.
Durante a reunião, a executiva ressaltou quais são os três comportamentos que definem o quanto uma equipe está alinhada à empresa. “Um colaborador engajado tem comportamentos bem característicos, que são: falar positivamente sobre a organização que trabalha; um real senso de pertencimento à organização; demonstrar esforço extra, pois, o propósito dele é o mesmo da empresa. Portanto, a junção desses comportamentos forma o engajamento”, explica.
De acordo com a palestrante, existem duas formas de se obter engajamento: a positiva e a negativa. A forma positiva trata-se de desenvolver no colaborador sentimentos positivos em relação à empresa, despertando nele o senso de pertencimento e real conexão entre seus propósitos e os da empresa. A forma negativa se dá pelo medo, pela pressão, ou seja, o colaborador se mostra engajado por temer a perda do emprego. “Esta última pode até mostrar resultados, porém estes são imediatos, de curto prazo”, afirma.
Por fim, Fabia ressalta que o engajamento depende de três fatores: individuais, relacionados à corporação e os que se referem à liderança. “Todos esses exercem papel fundamental no desenvolvimento do engajamento em seus colaboradores, porém, traduzindo em números, 66% dessa prática depende essencialmente da corporação e de uma boa liderança, os outros 33% estão relacionados a fatores internos do indivíduo” finaliza.